Redentoristas enfrentam os desafios da missão urbana na Vila Jaguaré, em São Paulo
Padre Inácio e Padre Sebastião. , 13 de Fevereiro de 2015 às 08h30.
Situando o espaço pastoral
Compreendendo uma realidade de desafio urbano, a Paróquia São José, da Vila Jaguaré, está localizada às margens da Marginal Pinheiro, próximo ao Ceasa, formando um bolsão de miséria e pobreza extrema. O bairro tem uma extensão geográfica, relativamente grande, com a presença de uma população bastante densa e heterogênea, devido a origem de seus moradores. A Paróquia São José é administrada pelos Padres da Congregação de Santa Cruz e faz parte da Arquidiocese de São Paulo, na Região Episcopal Lapa.
"A Vila Jaguaré é uma pequena mostra do imenso desafio que os grandes centros urbanos (...) apresentam para a Igreja".
Como é comum na grande cidade, o bairro cresceu de forma desordenada, sem nenhum planejamento. Ali temos várias favelas que foram ocupando os espaços vazios, sem a preocupação de uma engenharia urbana. Andando pelo bairro, encontramos ruelas de difícil acesso para os carros e pedestres. Neste ambiente, moram pessoas que foram colocadas à margem de uma sociedade excludente, às vezes embrutecida pela luta do dia a dia e até mesmo a Igreja ainda não encontrou meios de acolher bem e evangelizar este povo tão sofrido.
A Vila Jaguaré que agora recebe as Santas Missões é uma pequena mostra do imenso desafio que os grandes centros urbanos apresentam não só para a humanização das pessoas, mas para a pastoral da Igreja em geral e para a nossa Missão Redentorista.
Contextualizando pastoralmente
A partir da solicitação do pároco para a realização das Santas Missões Redentoristas, no primeiro momento buscou-se conhecer melhor o povo e a sua realidade, através da primeira fase das Missões: visitando as comunidades encontrou-se situações de abandono extremo, tanto no social como no religioso. Dentro do bairro, nota-se a existência de muitos prédios, casas, favelas e seus barracos; há uma realidade de pobreza, de miséria e violência, devido ao tráfico e dependência química em todos os níveis.
Diante de um quadro de miséria social e religiosa, qualquer estratégia de evangelização se torna impotente, levando à necessidade de um processo de reestruturação e de adequação à realidade que se quer evangelizar.
É o que estamos enfrentando neste momento: organizar e buscar caminhos para semear a boa semente da Palavra de Deus neste terreno de obstáculos, desafios, mas de corações sedentos de Deus e de esperança.
O pároco, Padre Roberto Grandmaison, CSC, missionário canadense, está há quarenta e três anos na paróquia que, neste mês de fevereiro, completa 70 anos. Ele realiza um trabalho social relevante, mas ainda não conseguiu formatar uma proposta pastoral de evangelização e de catequese para o povo.
A Missão Redentorista como proposta pastoral
Com a presença da missionária Irmã Fani, desde o dia 10 de janeiro de 2015, agora acontece o trabalho missionário nesta paróquia em sua primeira fase por nós chamada de Missão da Visitação. Com isso, procura-se adequar o método missionário à realidade urbana, tendo em vista as dificuldades de evangelizar as grandes metrópoles.
Nesta perspectiva, já foram dados passos significativos, com a participação dos leigos, da Irmã Fani e dos missionários leigos locais. Levou-se a presença religiosa a algumas favelas, que até então só recebiam a visita dos agentes de saúde, com foco apenas no social, sem o anúncio do Reino e do Cristo Pascal, que provoca esperança no coração do povo. Paralelo a isso, procura-se descobrir lideranças provenientes de outras comunidades que estão afastadas de serviços eclesiais.
Com as Santas Missões a Capela Imaculada Conceição, no Morro Continental, após 5 anos fechada, retomou com uma missa, no último dia 1º de fevereiro, as suas atividades.
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Capela Imaculada Conceição (Morro Continental). Após 5 anos fechada, a Capela retoma as atividades com missa.
As comunidades, através de suas lideranças, foram mobilizadas para um segundo encontro com os missionários que aconteceu entre os dias 06 e 08 de fevereiro com a visitação a todas as comunidades. Ao lado disso, houve o esforço de motivá-los para o exercício do seu ministério leigo como discípulos missionários na Igreja e na comunidade.
Depois deste encontro vem agora a caminhada de evangelização nas famílias, trabalho este que ocupará o restante do mês de fevereiro. No mês de março, mediante programação impressa, os missionários apresentarão uma catequese básica a todo o povo, com o anúncio do nosso kerygma missionário.
Este é o caminho percorrido até agora para que a paróquia São José, da Vila Jaguaré em São Paulo, assuma a sua dimensão missionária de ser "uma Igreja em estado permanente de missão".
Pe. Sebastião dos Reis dos Santos, C.Ss.R.
Padre Inácio Medeiros, C.Ss.R.
Equipe de Comunicação
das Santas Missões
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